Momentos para a minha mãe - Diários da Indochina VI


Mãe, sei que não vai acontecer quando quero
Mas esperei sempre que entendesses
As parcas palavras que fui dizendo e os gestos quase suaves que ia escondendo
Mas sei que tenho a obrigação de não te fazer esperar.
Hoje, no momento inesperado porque passo em cada dia no Oriente
Lembro-me do espelho do teu rosto
Da tua forma de andar
No teu desvio natural à realidade que te faz líder do tempo de todos

Lembra-te: Mãe, amo-te.

Poderei sempre brincar e fingir distâncias
Mas o colo, a Lua diurna e as ruínas da alma
Não permitem que esqueça...
És o tempo que nos dás todos os dias,
A companhia que trazes à sabedoria das reuniões familiares,
E aos gestos que são mais que momentos....
São amor